No meio do campo largo
Está plantado um amigo
Parceiro das campereadas
De confiança e muita fé
Um irmão dos arreios
Que jamais deixou-me de a pé
São poucas as palavras
Pra contar minha saudade
Pelos dias vão-se os anos
Que o tempo sem piedade
Por soberano aparta
Um centauro pela metade
Quando se vai um cavalo
Silencia o galpão
Nenhum é igual ao outro
Mas os dois tem devoção
Ficam arreios solitos
Quando se apartam irmãos
Meus olhos estão nublados
E minha alma tranpôs o Sol
Quem sabe depois das luas
De fronte ao galpão de inverno
Encilhe o mesmo cavalo
Pra ser centauro no eterno
Ainda assim terei saudade
De curá gado bichado
Botando de toda corda
Nas aspas dum mal costeado
Meu laço de boi brasino
Cinchando no meu gateado
Quando se vai um cavalo
Silencia o galpão
Nenhum é igual ao outro
Mas os dois tem devoção
Ficam arreios solitos
Quando se apartam irmãos